O que fazemos

Nosso foco

O IDEQ acompanha a população em situação de sem abrigo e/ou com problemática de adição,
do concelho de Oeiras visando a intervenção conjunta com 
o indivíduo, construindo um projecto de vida adequado 
às necessidades/capacidades de cada um.

Introdução

A Equipa de intervenção direta do IDEQ, tem como principais objectivos para 2019, continuar a desenvolver a sua intervenção junto da população em situação de sem abrigo, abraçando tanto quanto possível os vários contextos referentes a cada indivíduo.
De acordo com o Plano Municipal de Oeiras e no que diz respeito a esta mesma população, prevê-se a continuação da gestão da Casa de Transição “ Casa dos Corações”, bem como a gestão de mais uma casa com o mesmo modelo e ainda a possibilidade de gestão de mais uma estrutura com um modelo diferente, com o objectivo de dar resposta a alguns casos que permanecem em situação de sem abrigo e que não correspondem aos critérios de admissão do modelo já existente.
É igualmente ambição da Equipa, intervir em situações de prevenção, em forte articulação com o grupo de NPISA, de casos que sem este olhar se tornarão possíveis casos de situação de sem abrigo.
Das situações que a Equipa de Intervenção Direta acompanha e que se vão mantendo estáveis, pretende-se desenvolver projectos de vida consistentes ao nível da inserção profissional, através de programas de emprego protegido.
Ao nível da intervenção com a população adicta, o IDEQ continuará a acompanhar adultos que se encontrem em abstinência de álcool e drogas e que por alguma razão sintam necessidade de lidar com alguma questão das suas vidas, que possa pôr em causa a sua recuperação


NOSSA 
ACÃO

  • Continuação do trabalho de rua através da Equipa de Intervenção Direta junto da população em situação de sem abrigo e adicta do concelho de Oeiras com voltas semanais por todo o concelho.
  • Continuação das atividades no âmbito da Equipa de Intervenção Direta nomeadamente facilitação na obtenção de documentos válidos, acompanhamento a consultas, gestão de medicação etc
  • Participação activa do IDEQ em Planos de Emergência, nomeadamente Vagas de frio
  • Acções de Sensibilização/lnformação para o risco dos consumos junto da população com doença mental
  • Campanhas de angariação de géneros (cobertores, produtos de higiene, roupa interior).
  • Angariação de sócios
  • Continuação das atividades que visam o desenvolvimento de competências e inserção da população que habita a “ Casa dos Corações”
  • Consolidação da articulação com os vários parceiros do grupo NPISA OEIRAS, de forma a dar uma melhor resposta às várias situações.
  • Continuação da Intervenção da Equipa no âmbito das actividades que visam a estabilização dos utentes nos seus vários contextos.

NOTAS METODOLÓGICAS


O fenómeno da população em situação de sem abrigo, encontra-se em nítido crescimento nos grandes centros urbanos, com profundas implicações sociais e psicológicas para quem vive nesta condição e é alvo de estigma. A investigação neste domínio é ainda bastante escassa e torna-se premente estudar e compreender melhor esta realidade tão complexa para que se possa melhor intervir, tendo como consequência uma melhor resposta adaptada a cada situação.
No decorrer da nossa intervenção junto da população em situação de sem abrigo, temos identificado percursos de vida e encontrado eventualmente regularidades ou padrões de comportamento nas suas trajectórias que nos permitem compreender como se chega à derradeira desumanização da vida na rua e que potencial de reinserção ainda poderá existir de acordo com cada realidade. Tentamos explorar o caminho a seguir para uma reabilitação efectiva e consistente de acordo com o “timing” de cada um, restituindo-lhe um sentido de vida, dignidade e autonomia.
Ainda que existindo alguns pontos chave na compreensão dos percursos de vida da população em situação de sem abrigo - as rupturas familiares e conjugais, adições, doença mental e carência económica; A entrada em situação de sem abrigo é geralmente uma experiência traumatizante, verificando-se um choque inicial com esta realidade (Goodman, Save Harvey, 1991) que pode ter maior ou menor repercussão consoante a resistência da estrutura psicológica preexistente e a sua maior ou menor vulnerabilidade, condicionando o ritmo de degradação do indivíduo. No entanto, existe um toque de alerta interno a partir do qual surge um comportamento pró-activo na procura de alternativas de saída da situação de sem abrigo, que é encarada como uma situação temporária ou transitória. Neste estádio, a possibilidade de sucesso é bastante significativa, se o modelo de inserção proposto for adequado e atempado. Porém, outras situações existem em que a predisposição para a inserção, devido sobretudo ao insucesso de tentativas anteriores com a frustração decorrente de sucessivas recaídas (Pereira et al; 2000), dão lugar a uma situação de impotência aprendida, que com o passar do tempo dá lugar ao desânimo e à acomodação. Geralmente, é sinónimo do desgaste geral da estrutura psicológica, da motivação e das competências cognitivas e relacionais. Como o grau de disfuncionalidade provocado pela desorganização biopsicossocial, é bastante acentuado, a probabilidade de insucesso.
A doença mental é, sem dúvida, um factor de vulnerabilidade que pode conduzir à situação de sem abrigo, na medida em que a funcionalidade e autonomia dos sujeitos ficam altamente afectadas, agravando-se exponencialmente este risco para os doentes com esquizofrenia (Olfson et al; 1999, cit in Bento & Barreto, 2002). A sintomatologia delirante persecutória, as alucinações auditivas, os comportamentos bizarros e a negligência com a higiene pessoal impedem o estabelecimento de relacionamentos interpessoais normais podendo conduzir à alienação e ao isolamento ( Mojtabai, 2005). As mais comuns entre a população sem abrigo são a esquizofrenia, perturbações delirantes persistentes, depressão, toxicodependência, alcoolismo, duplo diagnóstico e perturbações da personalidade (Fischer & Breakey, 1991; McQuistion et al, 2003; Munoz et al, 1996).
Para além da realidade visível e externa daqueles que se encontram em situação de sem abrigo, é para nós fundamental perceber as suas realidades mais íntimas, como vivem, pensam e sentem o desencontro com o outro, e em alguns casos consigo mesmos (Pais, 2006, p.34). Continuando a acreditar em cada história de vida, na intervenção individualizada, respeitando timings e contextos com uma perspectiva tão flexível quanto rigorosa e técnica, a equipa tem por base de intervenção a construção da relação, da empatia e confiança.

Apresentação de Contas 2022


A Equipa de intervenção direta do IDEQ, tem como principais objetivos, continuar a desenvolver a sua intervenção junto da população em situação de sem abrigo, abraçando tanto quanto possível os vários contextos referentes a cada indivíduo.

Descarregar Contas 2022

Apresentação de Contas 2021


A intervenção do IDEQ, tem-se tornado bastante associada à população em situação de sem abrigo, por existir uma maior sensibilização por parte das instituições, como também pela população em geral e por este tipo de População despertar os olhares e entendimento das várias áreas das Ciências Sociais. 
Descarregar Contas 2021
Share by: